domingo, 18 de janeiro de 2009

PENSAMENTOS A METRO I

QUEDA HORIZONTAL #04 . FILIPE DOS SANTOS BARROCAS . LISBOA 2006
"Acordei com vontade de ser. De sair para a rua sem capas e disposta a estar. assim. simples. atenta. Fácil de sentir as linhas no espaço, os sons em todas as direcções, perceber o que o outro sente, entender para além. Um homem com os seus 70 anos à minha frente (um senhor). A testa morena repleta de rugas (linhas de expressão) Os olhos vivos, a face viva, a alma viva. Não era um velho, era um velho presente. Podia perder-me a percorrer as suas rugas calcadas na face (linhas de expressão), permiti-me entrar na história do seu corpo, nas suas histórias, na sua vida. E tornou-se óbvio o movimento ali encontrado. O sentido. Entrar adentro das histórias dos corpos, da passagem do tempo ali expressa, talvez comparar com as linhas de um bebé, de uma rapariga, captar a emoção, a história e o tempo escondidos subtilmente nos vincos que carregamos."
Texto de Maria João Soares